A mucoviscidose, conhecida também como fibrose cística do pâncreas, é um problema metabólico hereditário de caráter recessivo que origina uma alteração das glândulas mucosas, fazendo com que segreguem um muco abundante e mais espesso que o normal. Afeta os recém-nascidos e se caracteriza por infecções respiratórias crónicas, insuficiência pancreática e susceptibilidade ao calor.
Existem vários tipos:
- Forma de íleo meconial. Neste caso, a criança não pode expulsar o mecônio (primeira evacuação). Surgem vómitos e uma grande dilatação abdominal que tende a se complicar com a ruptura de uma alça intestinal, originando uma peritonite. Nestes casos a criança deve ser submetida a tratamento cirúrgico, pois pode morrer nos primeiros dias de vida devido a uma paralisia intestinal obstrutiva, provocada pela retenção do mecônio ou pela peritonite.
- Forma respiratória. A criança respira com grande dificuldade desde os primeiros dias de vida, pois devido à grande quantidade de muco segregado e à sua viscosidade, o ar fica preso nos pulmões, os quais têm que fazer um grande esforço para renovar o ar. Esta forma pode apresentar complicações, como broncopneumonias. 0 tratamento consiste em ensinar a criança a respirar de forma adequada mediante exercícios físicos e em combater as frequentes infecções pulmonares.
- Forma digestiva. A criança apresenta, desde pequena, dificuldades de absorver alimentos, evacuações frequentes e extremamente fétidas. Posteriormente, manifesta uma grande perda de peso que provoca sérios problemas no desenvolvimento físico. O tratamento se baseia numa dieta adequada e na administração de enzimas que supram a função do pâncreas.
- Forma mista digestiva e respiratória. É a forma mais comum e a ela associam-se os sintomas de ambas.
A mucoviscidose não pode ser diagnosticada durante a gravidez. O diagnóstico só pode ser estabelecido depois do nascimento, analisando-se os possíveis casos da doença existentes na família.